Thursday 12 March 2009

Poder Local- Populações pedem ajuda às juntas de freguesia


As juntas de freguesia são os organismos públicos a que as populações mais têm recorrido para pedir ajuda. Para fazer face à crise, algumas autarquias criaram gabinetes e cozinhas sociais. Mas estes organismos também já sentem falta de capacidade para apoiar tanta gente
As juntas de freguesia são encaradas por muita gente como a única "tábua de salvação" para esta situação de crise em que se encontram. Por serem os organismos do Estado que estão mais próximos da população, as juntas não param de receber pessoas que lhes batem à porta a pedir ajuda. Isso mesmo foi ontem relatado por vários intervenientes no seminário "A freguesia nos tempos de crise", na Universidade Lusíada, em Lisboa.Armando Vieira, presidente da Associação Nacional de Freguesias (Anafre) deu conta disso mesmo: "Para responder às dificuldades dos cidadãos, muitas freguesias de maior dimensão criaram gabinetes sociais e uma das medidas específicas foi a promoção de cozinhas sociais. Na sua opinião, esta é "provavelmente a crise do século".Segundo explicou, nos gabinetes de apoio é prestado auxílio a pessoas sem-abrigo, com dificuldades económicas temporárias ou com problemas de exclusão social. Adiantou que as juntas de freguesia "têm uma especial responsabilidade de serem socialmente solidárias". Mesmo sem capacidade para resolver todos os problemas, podem encaminhá-los para outros organismos que o possam fazer, referiu.No encontro também participou o secretário de Estado Adjunto e da Administração Local, Eduardo Cabrita, que falou da importância dos serviços de proximidade, que se devem alargar a muitas freguesias. E considerou ser um desafio a descentralização do município para a freguesia, sobretudo na área social.O governante falou de projectos que envolvem as freguesias no mercado de emprego, como o programa de estágios de licenciados na Administração Local. E também de um novo modelo de estágios para quem tem mais de 35 anos, em que o Instituto do Emprego e Formação Profissional vai suportar 65% da remuneração.Programas que vão ao encontro de propostas ontem apresentadas por Bagão Félix, ex-ministro do Trabalho e da Solidariedade Social. Defendeu que se devem envolver as freguesias nos investimentos públicos e na ocupação de desempregados em trabalhos nas respectivas comunidades, oferecendo-lhes um complemento ao subsídio de desemprego ou de inserção social.Tarefas como a vigilância das florestas e a ocupação em actividades de cariz social e cultural podem ser algumas das áreas a dinamizar pelas juntas de freguesia de forma a mobilizar as populações mais afectadas pela crise, concluiu.

fonte:( http://dn.sapo.pt/2009/03/11/cidades/populacoes_pedem_ajuda_juntas_fregue.html, consultado em 12/mar/09)

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