Por determinação da Aliança Cooperativa Internacional (ACI), desde há bastante tempo que o Dia Internacional das Cooperativas se comemora por todo o Mundo no primeiro sábado de Julho de cada ano.
Por isso, também em Portugal, essas comemorações (85º Dia Internacional das Cooperativas da ACI e 13º Dia Internacional das Cooperativas das Nações Unidas), tiveram lugar no passado sábado e o local escolhido, para o País, foi o auditório da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra.
Sem menosprezo por outras questões que lá foram abordadas, destacamos a leitura da mensagem da ACI, cuja quase totalidade do seu conteúdo achámos conveniente transcrever para os leitores do "DA", no pressuposto de conter uma questão cara para nós, cooperativistas, e que tão rara e pouco isenta tem sido colocada na comunicação social, ao contrário de aqui, ao longo das nossas crónicas, a termos vindo a abordar com insistência e muita tranquilidade: "princípios e valores cooperativos e responsabilidade social das empresas".
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"A Responsabilidade Social das Empresas (RSE) pretende realçar como o mundo dos negócios pode melhorar a sociedade através de comportamentos responsáveis, relatórios e contabilidade transparentes, empenhamento dos membros, inovação e governança. Embora não exista uma definição universalmente aceite de RSE, existe um entendimento geral de que ela engloba acções voluntárias que ultrapassam as obrigações legais, em áreas como o desenvolvimento comunitário, a protecção do meio ambiente, os direitos humanos e laborais.
A RSE não é uma nova descoberta para as cooperativas. Desde a sua criação que as cooperativas têm consciência de que as suas acções afectam a grande maioria dos seus membros, incluindo os empregados, a comunidade e o meio em que operam. De várias maneiras distintas, o movimento cooperativo tem sido pioneiro no desenvolvimento e prática da RSE.
Devido à sua estrutura democrática assente nos seus membros, as cooperativas sempre tiveram como objectivo mais do que um simples retorno financeiro. Os valores e princípios cooperativos têm estado no âmago do modelo empresarial cooperativo, desde há mais de 150 anos. Os valores específicos do cooperativismo incluem: autoajuda, responsabilidade própria, democracia, igualdade, equidade e solidariedade. Segunda a tradição dos seus fundadores, o cooperativismo acredita nos valores éticos de honestidade, transparência, responsabilidade social e preocupação com o semelhante. Estes valores são os elementos básicos de qualquer compromisso genuíno, de longo prazo, da RSE.
O crescente reconhecimento do valor das empresas que se comprometem, seriamente, com a responsabilidade social, tem motivado que empresas de todos os tipos adiram a este conceito cooperativo essencial, estabelecendo políticas e relatando as suas acções.
Entretanto, as cooperativas estão realçando, cada vez mais, o modo como a RSE está no fulcro da actividade quotidiana dos negócios. Temos vários exemplos, dos quais podemos citar os seguintes:
– A Corporación Cooperativa de Mondrágon, em Espanha, é reconhecida como a maior cooperativa de trabalho do Mundo, na qual cada um de seus membros participa na sua organização e nos seus benefícios. Isto tem gerado um benefício social através da criação de empregos, segurança social, oportunidades e fortalecimento da comunidade. Os valores e princípios cooperativos estão alinhados com o dinamismo e a inovação, permitindo o crescimento da Corporación e a sua capacidade para enfrentar as mudanças.
– O Co-operative Group, do Reino Unido, é reconhecido como uma das marcas mais fiáveis da Grã-Bretanha. Os esforços do Grupo Cooperativo estão direccionados para cinco áreas: mudanças climáticas; inclusão social; acções para evitar a delinquência; qualidade dos alimentos e cooperação moderna. Sendo propriedade dos membros e por eles administrado, o Grupo Cooperativo doou, em 2005, mais de 7,2 milhões de libras esterlinas ou 2,8% dos seus resultados antes de impostos, às comunidades nas quais está inserido. Outros 3,6 milhões foram conseguidos pelas organizações dessas comunidades na sequência do apoio directo do Grupo.
– A Equidad Seguros, da Colômbia, tem-se distinguido ao longo de 36 anos, por propiciar seguros acessíveis à população de baixos rendimentos e por contribuir para o bem-estar público através da promoção de um modelo de negócio solidário e da formação de dirigentes responsáveis. Tem também programas para promover os jovens líderes cooperativistas, discutir assuntos de género, difundir a arte, cultura e desporto, e desenvolver o negócio cooperativo noutros sectores. Como reconhecimento das suas realizações a Associação de Cooperativas de Seguros e das Sociedades de Seguros Mútuos das Américas (AAC/MIS) outorgou o primeiro Prémio de Responsabilidade Social das Empresas à La Equidad Seguros, em 2006 (....)
Muitas outras cooperativas têm igualmente em curso políticas específicas que orientam as suas actividades para áreas como o trabalho infantil, o assegurar de condições de trabalho decentes para os seus próprios empregados, assim como para os seus fornecedores, fomentando uma postura de responsabilidade ambiental nas suas empresas, membros individuais e muitos outros.
A ACI apela aos cooperadores de todo o mundo, na passagem do Dia Internacional das Cooperativas, para que celebrem o seu sucesso enquanto forma empresarial líder na responsabilidade social e para que dêem maior visibilidade às suas acções".
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A Fenacoop – Federação Nacional das Cooperativas de Consumidores será a "rainha e senhora" da nossa próxima crónica e o tema que traz para debate, comentário, crítica e "afins" será a sua posição sobre a tão falada e necessária (?) abertura dos hipermercados aos domingos (todo o dia).
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"A Responsabilidade Social das Empresas (RSE) pretende realçar como o mundo dos negócios pode melhorar a sociedade através de comportamentos responsáveis, relatórios e contabilidade transparentes, empenhamento dos membros, inovação e governança. Embora não exista uma definição universalmente aceite de RSE, existe um entendimento geral de que ela engloba acções voluntárias que ultrapassam as obrigações legais, em áreas como o desenvolvimento comunitário, a protecção do meio ambiente, os direitos humanos e laborais.
A RSE não é uma nova descoberta para as cooperativas. Desde a sua criação que as cooperativas têm consciência de que as suas acções afectam a grande maioria dos seus membros, incluindo os empregados, a comunidade e o meio em que operam. De várias maneiras distintas, o movimento cooperativo tem sido pioneiro no desenvolvimento e prática da RSE.
Devido à sua estrutura democrática assente nos seus membros, as cooperativas sempre tiveram como objectivo mais do que um simples retorno financeiro. Os valores e princípios cooperativos têm estado no âmago do modelo empresarial cooperativo, desde há mais de 150 anos. Os valores específicos do cooperativismo incluem: autoajuda, responsabilidade própria, democracia, igualdade, equidade e solidariedade. Segunda a tradição dos seus fundadores, o cooperativismo acredita nos valores éticos de honestidade, transparência, responsabilidade social e preocupação com o semelhante. Estes valores são os elementos básicos de qualquer compromisso genuíno, de longo prazo, da RSE.
O crescente reconhecimento do valor das empresas que se comprometem, seriamente, com a responsabilidade social, tem motivado que empresas de todos os tipos adiram a este conceito cooperativo essencial, estabelecendo políticas e relatando as suas acções.
Entretanto, as cooperativas estão realçando, cada vez mais, o modo como a RSE está no fulcro da actividade quotidiana dos negócios. Temos vários exemplos, dos quais podemos citar os seguintes:
– A Corporación Cooperativa de Mondrágon, em Espanha, é reconhecida como a maior cooperativa de trabalho do Mundo, na qual cada um de seus membros participa na sua organização e nos seus benefícios. Isto tem gerado um benefício social através da criação de empregos, segurança social, oportunidades e fortalecimento da comunidade. Os valores e princípios cooperativos estão alinhados com o dinamismo e a inovação, permitindo o crescimento da Corporación e a sua capacidade para enfrentar as mudanças.
– O Co-operative Group, do Reino Unido, é reconhecido como uma das marcas mais fiáveis da Grã-Bretanha. Os esforços do Grupo Cooperativo estão direccionados para cinco áreas: mudanças climáticas; inclusão social; acções para evitar a delinquência; qualidade dos alimentos e cooperação moderna. Sendo propriedade dos membros e por eles administrado, o Grupo Cooperativo doou, em 2005, mais de 7,2 milhões de libras esterlinas ou 2,8% dos seus resultados antes de impostos, às comunidades nas quais está inserido. Outros 3,6 milhões foram conseguidos pelas organizações dessas comunidades na sequência do apoio directo do Grupo.
– A Equidad Seguros, da Colômbia, tem-se distinguido ao longo de 36 anos, por propiciar seguros acessíveis à população de baixos rendimentos e por contribuir para o bem-estar público através da promoção de um modelo de negócio solidário e da formação de dirigentes responsáveis. Tem também programas para promover os jovens líderes cooperativistas, discutir assuntos de género, difundir a arte, cultura e desporto, e desenvolver o negócio cooperativo noutros sectores. Como reconhecimento das suas realizações a Associação de Cooperativas de Seguros e das Sociedades de Seguros Mútuos das Américas (AAC/MIS) outorgou o primeiro Prémio de Responsabilidade Social das Empresas à La Equidad Seguros, em 2006 (....)
Muitas outras cooperativas têm igualmente em curso políticas específicas que orientam as suas actividades para áreas como o trabalho infantil, o assegurar de condições de trabalho decentes para os seus próprios empregados, assim como para os seus fornecedores, fomentando uma postura de responsabilidade ambiental nas suas empresas, membros individuais e muitos outros.
A ACI apela aos cooperadores de todo o mundo, na passagem do Dia Internacional das Cooperativas, para que celebrem o seu sucesso enquanto forma empresarial líder na responsabilidade social e para que dêem maior visibilidade às suas acções".
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A Fenacoop – Federação Nacional das Cooperativas de Consumidores será a "rainha e senhora" da nossa próxima crónica e o tema que traz para debate, comentário, crítica e "afins" será a sua posição sobre a tão falada e necessária (?) abertura dos hipermercados aos domingos (todo o dia).
fonte:Diário do Alentejo, http://da.campodosmedia.com/?link=opiniao&id=927, consultado em 15\julho\07
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