Friday 29 February 2008

Saúde: Hospitais com estatuto empresarial registaram prejuízos de 158 milhões de euros em 2007, apesar da melhoria



Os 34 hospitais EPE (Entidades Públicas Empresariais) registaram, no ano passado, um prejuízo de 158 milhões de euros, apesar de terem alcançado uma melhoria de 114 milhões de euros em relação a 2006, segundo dados hoje divulgados.
Segundo o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Francisco Ramos, no ano passado, nove hospitais com estatuto empresarial obtiveram resultados positivos, enquanto, em 2006, foram cinco os estabelecimento de saúde que registaram resultados idênticos.
"Vinte e seis hospitais EPE melhoraram os resultados, embora muitos se mantenham com resultados negativos", disse aos jornalistas Francisco Ramos, durante um encontro destinado a apresentar o desempenho económico-financeiro daqueles estabelecimentos de saúde e dos dez maiores hospitais do Sector Público Administrativo.
O secretário de Estado destacou que o objectivo dos hospitais EPE "não é o lucro" mas sim "o equilíbrio das contas".
De acordo com os dados divulgados pelo Ministério da Saúde, os hospitais EPE terminaram o ano de 2007 com um passivo de 158 milhões de euros, enquanto, em 2007, o prejuízo situou-se nos 272 milhões de euros.
Em 2007, aqueles estabelecimentos de saúde obtiveram um aumento de 2,9 por cento dos proveitos face ao ano anterior, passando de 3,7 para 3,8 mil milhões de euros.
Os custos operacionais aumentaram ligeiramente 1,4 por cento, verificando-se um crescimento de 1,1 por cento dos custos com pessoal e de 2,4 por cento dos gastos relativos a consumos.
O secretário de Estado disse que, este ano, já se começou a cumprir o objectivo de reduzir os custos com o pessoal, nomeadamente em relação às horas extraordinárias, e com os medicamentos.
Para a área do medicamento, o Ministério da Saúde tinha estabelecido a meta de reduzir os custos em quatro por cento, no entanto apenas se conseguiu uma redução de 1,6 por cento.
O "forte controlo dos custos e o aumento da produção" são as metas que o Ministério da Saúde mantêm para este ano, adiantou.
Francisco Ramos sublinhou as melhorias de produção registadas naquelas unidades de saúde, onde se registou um aumento de cirurgias, consultas e uma estabilização do número de doentes tratados em internamentos.
Segundo os dados, em 2007 verificou-se um aumento de 28,6 por cento do número de cirurgias realizadas em ambulatório, uma diminuição dos doentes assistidos no internamento (0,5 por cento).
No ano passado, houve uma subida de 5,3 por cento das consultas externas, passando para 7.189 mil.
Sobre as dívidas aos fornecedores, o secretário de Estado disse que foi "atingido o objectivo final".
"No final de 2007, as dívidas aos fornecedores não aumentaram em relação ao início do ano", salientou.
Os dez maiores hospitais do Sector Público Administrativo (SPA) obtiveram, no ano passado, um resultado líquido positivo de seis milhões de euros.
Segundo o secretário de Estado, sete hospitais melhoraram os resultados mas apenas três registaram resultados positivos.
Um relatório do Tribunal de Contas de acompanhamento da situação económico-financeira do Serviço Nacional de Saúde de 2006, entregue em Novembro no parlamento, referia que os hospitais com estatuto empresarial (EPE) registaram um agravamento significativo dos resultados líquidos de 2005 para 2006, sem que o Governo tenha esclarecido as razões desta derrapagem.

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