Monday, 4 February 2008

Noticia Brasil - Indicadores para uma São Paulo sustentável



O Movimento Nossa São Paulo divulgou os indicadores que nortearão os trabalhos para tornar a maior cidade da América Latina em uma cidade sustentável – e exemplar

São Paulo é uma cidade barulhenta, poluída e com trânsito caótico. Embora essa possa ser a descrição da maior cidade brasileira, 67% dos paulistanos acredita que a capital econômica do Brasil é um bom lugar para se viver. O dado, extraído de uma pesquisa realizada pelo Ibope com mais de 1.500 entrevistados (leia a pesquisa), foi encomendado pelo Movimento Nossa São Paulo, grupo apartidário idealizado pelo empresário Oded Grajew que tenta tornar a capital paulista em uma cidade sustentável.
São indicadores como esse que nortearão nos próximos meses os trabalhos do Movimento. "Não tem como melhorar se não conhecer a cidade profundamente. Os indicadores não existem para apontar os culpados, mas para demonstrar que todos nós somos responsáveis. É a co-responsabilidade", explica Grajew.
O Movimento, por meio do Ibope, realizou uma pesquisa de percepção dos paulistanos em relação à cidade, para, assim, medir o que precisa ser melhorado e modificado para tornar São Paulo em um exemplo para outras cidades brasileiras. Marcia Cavallari, diretora de planejamento do Ibope, foi a responsável por divulgar os dados, no dia 22 de janeiro, em um evento organizado pelo próprio movimento, para uma platéia que era composta por autoridades políticas, como o ex-governador do Estado, Geraldo Alckmin, e alguns secretários municipais como o de Esportes, Walter Feldman. O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, fez um pequeno discurso antes de ter que se ausentar do evento: "A apresentação desses índices vem a acrescentar para que, assim, nós aumentemos os acertos e diminuamos os erros nas políticas públicas para São Paulo".
Cavallari revelou também outros dados da pesquisa. O Ibope pediu para que os entrevistados dessem uma nota de 0 a 10 sobre se se sentiam integrados à cidade como cidadãos. A média foi de 7,2, mostrando que a maioria das pessoas considera São Paulo uma cidade para se viver, não apenas para se trabalhar ou dormir.
Nem todos os dados, contudo, são favoráveis à capital paulista. Os moradores da cidade, em alguns aspectos, são mais pessimistas em relação à média nacional. 56% dos paulistanos, por exemplo, acredita que a inflação vai crescer, enquanto 49% dos moradores das outras cidades do Brasil crê que o mesmo aconteça. Sobre a renda dos brasileiros, 19% dos moradores de São Paulo diz que vai aumentar, sendo que 30% da média nacional se considera otimista em relação a isso.
O evento serviu também para apresentar uma outra iniciativa do Movimento. Padre Jaime Crowe, da Sociedade dos Santos Mártires, foi quem anunciou os preparativos para o "
I Fórum Nossa São Paulo - Propostas para uma cidade justa e sustentável". O objetivo é que a sociedade se organize em grupos locais e discuta propostas que abranjam os bairros, as subprefeituras e/ou a cidade. Essas idéias serão cadastradas no site e, depois, encaminhadas para discussão nas plenárias finais do Fórum, que acontecerão entre os dias 15 e 18 de maio. "Lá no Jardim Ângela, em um ponto de ônibus, conversei com a Dona Maria. Perguntei se ela ia bater perna. Ela me respondeu que não, que ia para a cidade. Isso mostra que, para ela, a cidade não está no Jardim Ângela, e muito menos a cidadania", conta Padre Crowe.
Para tentar sanar esse distanciamento entre as regiões e a cidade, o Movimento também disponibiliza em seu site indicadores sobre cada uma das 31 subprefeituras da capital, por meio do
Observatório Cidadão. "Além de monitorar políticas públicas, o Observatório pretende também acompanhar a atuação da Câmara Municipal", comenta Maurício Broinizi, coordenador da secretaria-executiva do Movimento Nossa São Paulo.


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