Os temas ligados ao movimento da responsabilidade e do olhar social não são novos. A diferença é que agora as televisões vão ter que praticá-los, se quiserem focar a sustentabilidade dos argumentos. Um estudo sobre a ética, a transparência e a responsabilidade social política: o que representam, as suas interacções e quais as suas importâncias e contribuições no movimento social e do estado.Devemos estar vigilantes como sempre o esteve Mérleau-Ponty por exemplo em Homem e a adversidade e a política paranóide. Não se trata de defender incondicionalmente a cultura do olhar, nem mais nem menos mas apenas de entender que a distinção entre percepção e erro não é uma página volvida, que não deixa lugar nem para apocalípticos, nem para integrados. Em nenhum momento, devemos sem deliberação exaustiva tomar partido de apocalípticos ou integrados, mas oferece uma análise livre de preconceitos, que, no fim, nos sugere alternativas para o que chama de uma utilização valorativa dos meios de comunicação e análise social.O que significa a ética do olhar neste contexto? Ana Hatherly autora de dois excelentes poemas visuais (O corpo como suporte, pp.50-51) informa-nos “quando Appolinaire, nos seus Calligrames de 1918, fala da querela que sempre houve entre tradição e invenção e entre ordem e aventura, ilustra claramente o debate que há muito se desenrola entre sucessivas gerações, tanto em termos éticos como estéticos, ditado por uma necessidade cíclica de renovação dos valores vigentes, que os chamados novos assumem como sua tarefa”. (Imaginários de Ruptura - Poéticas Visuais, Piaget, 2002, p. 9). O para além da imersão das imagens importa-nos referir o mundo político dos sobreviventes dos partidos e da sua historiografia. O caso da ética celebrada por Hilberg foi a dos executores não a das vítimas. Da política como do resto é necessária a visão de conjunto por isso a metáfora do olho parece apropriada.Outra coisa que nos parece óbvia é que a política não é algo estável mas um processo de olhar. Como na ética da catástrofe de Raul Hilberg: “A destruição dos judeus era um fenómeno sem precedentes” e por isso, antes de perguntar “porquê”, era necessário estudar a sua lógica e os mecanismos. É a partir daqui que se pode pensar, na plenitude, a dimensão ética da catástrofe”- Perpretators Victims Bystanders (1992)
fonte:http://www.oprimeirodejaneiro.pt/?op=artigo&sec=9bf31c7ff062936a96d3c8bd1f8f2ff3&subsec=&id=4fe7c54bf8b2e0b701675bc2566e87a0 , consultado em 02\set\07
No comments:
Post a Comment