Sunday, 14 June 2009

Portugueses na reinvenção urbana


Uma equipa constituída por arquitectos, engenheiros, designers e artistas portuguesas está entre as três finalistas das 230 participantes num concurso internacional que tem por fim reinventar a cidade.

A iniciativa partiu da empresa norte-americana "Urban Re:Vision", constituída por um grupo multifacetado de pessoas empenhadas em modificar o ambiente urbano, através da reformulação de todos os componentes que formam um normal quarteirão urbanizado de qualquer cidade do mundo.

O protótipo arquitectónico escolhido vai materializar-se em Dallas, Texas, num quarteirão de 40 mil metros quadrados destinado a 854 habitantes, exemplo que posteriormente será estendido a diversas cidades dos Estados Unidos. O colectivo formado exclusivamente por arquitectos, engenheiros, "designers" e artistas portugueses, coordenado por António Louro (atelier MOOV), Filipe Vogt e Marta Frazão (Atelier Data), tem boas probabilidades de ver o seu projecto posto em prática.

Para responder ao desafio lançado em Dallas, o de um edifício multi-usos destinado a habitação, serviços e comércio, a equipa portuguesa partiu de um curioso pressuposto, este: "Desde sempre a natureza tem funcionado, o que nos desafia agora é encontrar a maneira que a faça funcionar para sempre…".

Entende ainda que " a inteligência tem-nos levado a um ponto em que temos ao nosso alcance uma variedade de soluções técnicas capazes de nos privar ou de nos providenciar condições de vida confortáveis e culturalmente enriquecedoras" e "é a forma como organizamos estes dispositivos que irá fazer toda a diferença".

No projecto "Urban Re:Vision", a equipe começou por estudar os ciclos naturais, enquanto estratégia principal e como forma de organização do espaço e modelo de soluções técnicas integradas. A ideia é que este modelo possa ser reproduzido e transcrito para o vocabulário urbano e arquitectónico. E explica: " Como paradigma escolhemos o declive, um dos sistemas mais versáteis da natureza. Perante este complexo programa, uma única e ampla abordagem não conseguiria responder a todas as necessidades. Por isso, o espaço está organizado em vales, encostas e declives, de modo a maximizar o aproveitamento solar, as vistas e as superfícies de produção". De facto, o projecto sustenta diversas soluções que lhe permitem um elevado grau de auto-suficiência, como espaços verdes no interior do quarteirão, coberturas verdes para produção agrícola, sistema de estufas nos andares superiores e sistema de construção 100 por cento em pré-fabricado, predominantemente em materiais locais.

O projecto define, também, unidades habitacionais diferenciadas, desde estúdios a apartamentos com três quartos, apresenta a combinação de sistemas fotovoltaicos com sistemas eólicos que fornecem a totalidade da energia necessária, pressupõe sistemas ajustáveis de persianas fotovoltaicas e de zonas permeáveis, para prevenção de cheias.

Para o colectivo, o objectivo final deste projecto não é o de construir uma estrutura física, mas de criar os meios para que uma comunidade possa habitar um determinado espaço. "Não ter em conta as pessoas que aqui morarão é como ver só metade de uma equação…", acrescenta. De tal forma que todo o complexo é acessível a pessoas com mobilidade condicionada.

O projecto tenciona modernizar Dallas, assim como promovê-la ao mundo como paradigma de uma solução para outras cidades que enfrentam os mesmos problemas. Porque, como aliás conclui a equipa portuguesa, "todos os projectos sustentáveis devem ser um compromisso" e não apenas ficar no papel.

Projecto

O objectivo é modernizar Dallas, assim como promovê-la no mundo como boa solução

Modelo

A ideia é que este possa ser reproduzido para o vocabulário urbano e arquitectónico

'Atelier'

Consórcio de Atelier Data e Moov C O Atelier Data foi fundado, entre outros elementos, por Marta Frazão (n. 1978, Covilhã), licenciada pela FAUTL e mestre em Collective Housing pela Escuela Tecnica Superior, Universidad Politecnica de Madrid, e Filipe Vogt Rodrigues (n. 1977, Lisboa), licenciado pela FAUTL e antigo colaborador de Troufa Real. Dedicam-se a trabalhos de arquitectura e artes plásticas.

O Atelier MOOV foi fundado, entre outros, por António Louro (n. Lisboa, 1978), licenciado pela FAUTL. Dos trabalhos realizados destaca-se o concurso ECO-kit e a participação na Bienal de Arquitectura de Lisboa e LuzBoa.

(Fonte: http://dn.sapo.pt/inicio/artes/interior.aspx?content_id=1262193&seccao=Arquitectura, consultado em 14.06.09)

Tuesday, 9 June 2009

Indonésia: Bolsa lança índice de “eco-responsabilidade” para as empresas


A Bolsa de Jacarta lançou um novo índice destinado a ajudar os investidores a promover as empresas “ecológica e socialmente responsáveis” na Indonésia, um país muito afectado pela deterioração do Ambiente.


A partir de ontem, o índice Sri (Sustainable Responsible Index) - Kehati lista 25 empresas, entre elas um produtor de óleo de palma, empresas de exploração mineira e cimenteiras, informou hoje Kehati, a Fundação indonésia para a Biodiversidade, que colaborou com a Bolsa para a iniciativa.

“Isto vai servir de parâmetro para os investidores que queiram investir nas empresas ciosas das suas responsabilidades ecológicas e sociais”, explicou Sani Burhanuddin, responsável pelo tema na Fundação.

As empresas serão avaliadas de acordo com seis critérios relativos ao Ambiente, compromissos sociais, boa governância, respeito pelos direitos humanos, direito do trabalho e práticas comerciais.

Kehati espera acelerar a consciencialização dos empresários, ainda pouco sensibilizados para as questões do Ambiente.

A Indonésia, o quarto país mais populoso do mundo, é considerada o terceiro maior emissor de gases com efeito de estufa (GEE), depois dos Estados Unidos e da China. Tudo por causa da desflorestação.

O índice Sri-Kehati é o segundo deste género a ser lançado na Ásia, a seguir ao Japão.


fonte:http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1385880&idCanal=2100 , consultado em 09.junho.09